Dicendi

04/05/09

MARRAKECH - O Tapete

Cheguei a Casablanca às 17h11 (hora local), após um voo com uma turbulência a fazer lembrar o célebre Titanic, não por ter colidido com um iceberg, mas pela sensação de me ver ir a pique várias vezes. Pensei... - Ok! Henrique... vais realizar o teu sonho. Já que tenho de morrer um dia, que seja a voar.

Ainda no aeroporto em Lisboa, apercebi-me de alguns passageiros soltarem umas risadas, quando viram o avião que nos levaria ao destino. Mal sabiam o que lhes esperava. Ao fim de meia hora de voo, já metade deles se encontrava com uma mão no saco de plástico e outra a agarrar fortemente o banco da frente. Nunca cheguei a entender porque é que tinhamos de fazer 3h30 num Beechcraft 1900D até Casablanca e depois... bem, depois fazer 40 minutos num Boeing 737-800 até Marrakech.


Bom... já tenho umas boas horas de voo, mas nunca tinha voado num avião a hélice num voo intercontinental. Sim, intercontinental, porque Casablanca fica em África.

O aeroporto de Casablanca mostra-se interessante à chegada, mas rapidamente se esgotam as opções. Poucas lojas, o atendimento aos passageiros em trânsito carece de melhorias significativas, sobretudo quando se tem de esperar seis horas por uma ligação aérea de 40 minutos até Marrakech.

Mas para um aeroporto internacional, ter um café onde se pode comer um prato de arroz com uma perna de frango, até que nem está mal, o pior é que café não existe.

Marrakech é diferente, também não tem café no aeroporto, mas podemos sempre comprar num quiosque, um íman para pregar no frigorífico. Comprei um com o cartaz do filme Casablanca. Tinha tudo a ver.

No primeiro dia na cidade aventurei-me pelas ruas estreitas da Medina, tipo cão vadio que anda... anda e nunca sabe onde vai ter. Bem... tive sorte, um marroquino abordou-me numa rua com dois metros de largura, onde circulam carros e motos a velocidades esmagadoras. Fiquei sensibilizado por o homem ter sido tão prestável... viu que eu andava por ali às voltas ou redundâncias cíclicas, e ofereceu-se para ser o meu guia e levar-me aos tanques das tinturarias, para eu tirar uma foto. Uauuu!!!! Pensei para mim.

Para eu fotografar as tinturarias, pelo menos aquela, entrei por um armazém de tapetes, onde fui dar a uma varanda com vista parcial para umas casas em barro. Resultado: Tirei três fotos e espetaram-me com um tapete de 400 euros. Guia, pensava eu... pois... Ainda por cima o suposto guia recebeu a comissão de me ter lá levado, à minha frente!

Fui para o hotel com o tapete num lado e sem 400 euros noutro. Lindo!! Ainda pensei vender o tapete por lá, mas era impossível, face à concorrência local.

posted by Henrique at 21:50

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