Dicendi

22/10/09

O VOO DO FÉNIX

Diziam os egípcios e os gregos, que o Fénix era uma ave, constituída de fogo e que vivia por vários séculos. No fim da sua existência, o grande pássaro queimava-se numa pira de ervas mágicas, e logo depois, renascia das próprias cinzas, sendo então considerado um ser eterno. Essa propriedade mística tornou-o símbolo da imortalidade da alma e também dos anos.

Acreditem que não tenho essas características, de me imolar e renascer dos restos… do que me sobra. Mas temos algumas semelhanças. Essas semelhanças são apenas, repito, apenas, a capacidade de endireitar a coluna vertebral e nascer, de novo, para o desafio que é a vida. A minha vida.

Todos temos direito à felicidade, ao podermos sentir, que um sorriso nos percorre a alma, o espírito e nos dá vontade de acreditar, que a felicidade está ao virar da esquina.

Apostei forte, acreditei e… falhei na prossecução dos objectivos. Porque tinha de ser assim, porque me estava destinado esse desfecho. As cinzas que são a base do renascer do Fénix, são a minha experiência de vida, a aprendizagem constante, que acaba por fazer de mim um ser mais absoluto.

Aos 42 anos de idade, sinto a mesma vontade de construir um castelo de Lego, de formar uma palavra com simples cubos de madeira. Após estes anos, a chave que abre a porta dos sonhos não é mais uma miragem, nem os sonhos… esses que me alimentaram o ego dia após dia. Afinal, a realidade é isso mesmo, palpável aos nossos olhos e visível, às nossas mãos.

O voo do Fénix! O renascer, junto de quem me estende as mãos e ao me olhar de frente, diz:


- Valeu a pena ter esperado. Estou aqui, no mesmo degrau. Aquele degrau onde o tempo nos colocou há tantos anos. Vamos continuar a subir?
- Vamos. Lado a lado.
posted by Henrique at 21:39

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