Dicendi

20/09/09

UM ESTADO... DE MAR

Cheguei era já noite
A imensidão do mar susteve-me a respiração
Caminhei lentamente, em silêncio

Fixando as pisadas dos meus passos

Na areia molhada

A primeira onda tocou-me, de leve

Abraçou-me os pés

Absorvendo-me os sentidos

O céu estrelado parecia um hino

À vitória... à glória

Daquele momento... a mim

Que tudo fiz por o merecer... sozinho

Como era extensa a imaginação

Como era lindo o sonho

Quero saber, porque me fazes sentir assim

Que dom tens, que me escondes

Porque me molhas os pés... se...

Me podes encharcar a alma

Deixa-me tocar-te

Humedecer a palma das minhas mãos

E sentir-me-ei realizado

Lavado no espírito

O meu cabelo solta-se ao vento

Ao teu vento, aquele que te agita e revolta

Partilhamos o mesmo... não o vento

Mas a liberdade, a solidão e... a imensidão

De sermos grandes, à nossa maneira

Continuas de volta dos meus pés

Vais e voltas, numa cadência salgada
Recuo... retrocedo à tua próxima investida

Esboço um sorriso

Foste feito para mim, talhado... na alma

E a cada passo na areia solta
A cada chamar das ondas

Submeto um olhar...

Não de despedida

Mas, de um regresso, anunciado
posted by Henrique at 21:08

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